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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Eu sei, mas não devia - Luana Botelho

"Eu sei, mas não devia, a gente se acostuma, mas não devia".

A gente se acostuma a conviver com nossos familiares muitas vezes de maneira “fria” e rápida demais. E por sermos frios, acabamos não demonstrando sempre o que sentimos realmente. Logo não demonstramos e nem falamos do carinho, amor, enfim, de todo afeto que temos pela nossa família. E por se acostumar com isso, acabamos levando isso para as famílias que criaremos.

A gente se acostuma a sentar na mesma carteira na sala de aula. A esperar os professores chegarem sabendo que depois dele vem outro professor de outra disciplina, sempre na mesma ordem, pois já temos o horário escolar que nos faz lembrar darotina. A gente se acostuma a pegar os materiais da mochila, fazer as tarefas, guardar novamente. A gente se acostuma a conversar com os mesmo colegas, nos mesmos lugares da escola, sobre os mesmo assuntos

 A gente se acostuma a ir para o trabalho de maneira forçada, porém com a esperança de que se tenha um dia melhor.Se acostuma a engolir sapos, a não ser reconhecido, a fazer todos os dias as mesmas tarefas de maneira automática. A sentar na mesmamesa todos os dias. Os mesmo horários de intervalos e saída. As mesmas cobranças vindas das mesmas pessoas

A gente se acostuma com as pessoas,a não lhes prestar atenção, a não dar e nem receber carinho. A ficar, ficar, fingir que está gostando, a terminar o que não se começou, esquecer o que não é lembrando. Se acostuma a não arriscar no que pensamos que não vai ser correspondido. A ficar sozinho com um rótulo de “estou muito bem assim”. A gente se acostuma a amar e só perceber que isso quando não se pode ter mais.

A gente se acostuma a sentar todos os dias na frente da televisão e ver notícias de barbaridades que acontecem no mundo, mas não se impressionar com isso. Se acostuma a política. A corrupção. As guerras. A poluição. Se acostuma a se convencer que a sociedade está bem assim. A não questionar muito. A não opinar.

A gente se acostuma a não dar valor quando se tem. A chorar só quando se perde. A se arrepender de não ter dito ou feito algo. E mesmo com o arrependimento, já é costume não querer voltar atrás. Acostuma a não dar bom dia quando se entra no elevador. A não agradecer olhando nos olhos. A não dizer eu te amo! A gente se acostuma a se acostumar...

Luana Botelho
Turma: 3º 302
Professora: Ana Maria

Reescrita da crônica "Eu sei, mas não devia" - Marina Colasanti

Clique aqui e conheça a versão original

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